Mórmons - Igreja dos Santos dos Últimos Dias

MORMONISMO:
OS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS

"Mas, ainda que nós, ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema" (Gl 1:8).



INTRODUÇÃO AO MORMONISMO

O título oficial do Mormonismo é Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Ultimos Dias. O nome Mormonismo vem do suposto profeta Mórmon que escreveu em chapas de ouro a revelação divina do puro evangelho, juntamente com a fantasiosa história dos primitivos habitantes do continente americano. Os mórmons garantem que são os restauradores da verdadeira igreja fundada por Jesus. Não são evangélicos, nem católicos, mas declaram que são a única igreja verdadeira e que todas as demais estão desgarradas da verdade divina.

Declaram sua fé na Bíblia, contanto que a sua tradução esteja correta. Neste particular eles prepararam sua própria versão da Bíblia, alegando que a “igreja apostata” a corrompeu profundamente, suprimindo partes e acrescentando outras.

Declara ainda o Mormonismo que a bíblia como está, não contém toda verdade de Deus para a humanidade. Então, Deus concedeu a Joseph Smith outras revelações complementares que estão no mesmo nível da Bíblia. E que além disso tudo, Deus continua a falar através do sacerdócio mórmon. Tal sacerdócio contém duas ordens: a Melquisedeque, ligada à presidência, e a Arônica, ligada ao ministério.





Os Mórmons no Brasil

De acordo com o almanaque da Igreja Mórmon, seus primeiros membros no Brasil foram os imigrantes alemães Augusta Kuhlmann Lippelt e seus quatro filhos, que chegaram ao Brasil em 1923. O marido Roberto, foi batizado vários anos mais tarde. Os primeiros missionários foram os "élderes" William F. Heinz e Emil A. J. Schindler, acompanhados por Rheinold Stoof, presidente da Missão Sul Americana em Bueno Aires, Argentina. O Pres. Stoof já tinha visitado o Brasil em 1927 e retornou com os "élderes" em 1928 para começar o proselitismo (atividade em fazer prosélito ) entre as pessoas de língua alemã. O primeiro batismo da seita em solo brasileiro foi realizado em 14 de Abril de 1929, e o primeiro local de reunião de sua propriedade na América do Sul foi inaugurado em 25 de Outubro de 1931, em Joinville, estado de Santa Catarina.

Em 25 de maio de 1935 foi criada uma missão sediada no Brasil. No princípio os missionários ensinavam apenas em alemão, mas em 1937 o Livro de Mórmon foi traduzido para o português e um ano depois os missionários começaram a ensinar em nossa língua. Por volta de 1959 a seita já contava com 3.700 membros. Em 1966 foi organizada a Estaca São Paulo, a primeira da nação, tendo Walter Spat como presidente. O templo em São Paulo, único no país, foi inaugurado em 30 de Outubro de 1978.

A Igreja Mórmon conta com 302 mil membros distribuídos em 56 estacas, 338 alas, 229 ramos, 25 distritos e 10 missões em todo o território nacional (Church Almanac, 1991-1992, pp. 119, 120).

A história dos mórmons neste país é marcada pelo racismo , em consequência de sua doutrina igualmente racista. Segundo o historiador mórmon Dr. Lawrence J. Nielsen, durante anos a igreja evitou converter pessoas de ascendência africana, e os missionários desenvolveram vários métodos (até a prática de verificar álbuns de fotografias) para detectar tal linhagem a fim de não batizar pessoas erradas.

Segundo o pesquisador mórmon Mark L. Grover, durante os anos 50 a missão brasileira estabeleceu oficialmente como seu alvo principal a "pureza racial de todos os novos convertidos".

Ela também tirou dois capítulos inteiros das edições brasileira do livro O Caminho da Perfeição como parte de sua tentativa de limitar as informações aos membros brasileiros sobre tal doutrina ofensiva. Como resultado, os mórmons brasileiros e o público em geral desconhecem as dezenas de declarações claramente racistas feitas pelas autoridades mórmons na sua literatura oficial em inglês. O referido livro foi traduzido sem mudanças para o alemão, francês, espanhol e japonês.

A decisão da igreja em 1978 de abrir o sacerdócio às pessoas com "sangue negro" foi o resultado da impossibilidade de determinar corretamente a linhagem racial de seus membros brasileiros, afirma o apóstolo mórmon LeGrand Richards em outubro do mesmo ano, numa entrevista pouco conhecida, trazida a público no Brasil pelo Instituto Cristão de Pesquisa.

Segundo a doutrina mórmon, uma só gota de sangue africano era suficiente para manter a maldição que recai sobre as pessoas de pele escura e desqualificar um possível candidato ao sacerdote. Qualquer um que fosse ordenado por engano estaria administrando ordenanças inválidas, assim atrapalhando seriamente a ordem da igreja. A igreja, explicou Richards, foi forçada a reconsiderar sua posição porque um "templo sagrado", no valor de quatro milhões de dólares, estava para ser inaugurado em São Paulo em agosto daquele ano e a igreja teria de negar a entrada aos membros de origem africana.

Como resultado da decisão de 1978, a igreja tem crescido maciçamente no Brasil (em 1978 havia 55 mil membros; cinco anos depois a igreja alcançou 200 mil membros) e aberto novos trabalhos missionários em pelo menos dez países anteriormente fechados na África e no Caribe, além de trabalhos mais amplos entre os negros nos Estados Unidos e África. Na verdade, a Igreja Mórmon mudou a prática do sacerdócio em relação ao negro, contudo a sua doutrina continua racista. O público e os membros da igreja têm o direito de saber a verdade tal qual ela é (Jo 8:32).



Perspectiva Históricas

Os mórmons, como essa seita é mais conhecida, dividem-se em dois grupos principais: a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, cuja sede fica em Salt Lake City, em Utah, e a Igreja Reorganizada de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, com sede em Independence, Missouri. Hoje, passados mais de cento e sessenta anos de fundação da seita, os mórmons contam com cerca de oito milhões de adeptos; possuem considerável quantidade de bens nas áreas rural e industrial dos Estados Unidos, e desenvolvem intensa atividade missionária por todo o mundo, rivalizando com a igreja evangélica. Em fins de 1991, o primeiro grupo, que é o principal objeto de estudo desta apostila, afirmava possuir mais de oito milhões e cem mim membros. A Igreja Reorganizada conta com pouco mais de 200.000 em todo o mundo e rejeita a denominação "mórmon".

A Igreja dos mórmons possui mais de 44.500 "missionários" ativos. Um fato curioso é responsável por esse grande número de obreiros : a Igreja Mórmon tem o hábito de incentivar seus jovens mais promissores – os rapazes aos 19 anos, e moças aos 21 – a dar dois anos de trabalho num campo missionário, com sustento próprio. Em alguns casos, são os próprios pais dos jovens que os sustentam durante esse trabalho. É interessante observar que, aproximadamente a cada duas semanas, cerca de setenta a noventa jovens ingressam nesse tipo de atividade missionária.

Atualmente, o crescimento da Igreja Mórmon está na casa dos 300.000 conversões por ano.

Pelo que ensina a seita, o mórmon deve sempre manter seu corpo no melhor estado de saúde possível, e os adeptos são aconselhados a não fazer uso de fumo e bebidas alcoólicas, e até a evitar café, chá e outras bebidas que contem cafeína, como a Coca-Cola. A Igreja dá forte ênfase ao ensino sobre o dízimo, estabelecido no Velho Testamento, e exige que todos os seus membros o pratiquem. O resultado disso é que a Igreja em 1982 tinha acumulado bens no valor de dois bilhões de dólares, uma quantia vultosa para uma organização relativamente pequena. Precisamos lembrar também que a seita emprega muito bem esse dinheiro, aplicando-o na expansão da igreja. Isso é comprovado pelo fato de que eles estão expandindo rapidamente sua aquisição de propriedades tanto para propósitos comerciais como eclesiásticos. Hoje, os "santos" possuem quarenta e dois templos em funcionamento, e seis em projeto ou sendo construídos, em países de todo os continentes. Sua universidade, a Brigham Young University, afirma ter mais de 28.000 alunos em seus dois campi.

Além da arrecadação regular proveniente dos dízimos, a igreja incentiva também outro tipo de contribuição que chama de "ofertas de jejuns". Essa prática incomum consiste de jejuar-se no primeiro domingo de cada mês, e dar para a igreja o dinheiro que seria gasto nessa refeição, como uma contribuição voluntária para sustento dos pobres.

Como o Mormonismo valoriza bastante a educação, não é de se estranhar que possuem cursos de "seminários" e "institutos" para alunos de nível médio ou de faculdade, cuja matrícula é de mais de 375.000 estudantes. Isso já era de se esperar, visto que a Igreja tem experimentado um crescimento fabuloso. Além disso, eles possuem mais de cinqüenta escolas fora dos Estados Unidos, sendo a maioria delas no México e em países do Pacífico Sul.

Portanto a Igreja Mórmon não é das que atraem pessoas de baixa escolaridade, como é o caso das Testemunhas de Jeová. Pelo contrário; ela enaltece a educação.

Outro aspecto desse grupo é que está sempre construindo templos e capelas. Os templos são dedicados especialmente à realização de cerimônias secretas como casamento "celestiais", selamentos, batismo pelos mortos e outras ordenanças em favor dos mortos. Esse templos em geral lindas construções de alto custo, são vedados a "gentios", nome com que designam todos os que não pertencem à seita. Além de darem forte ênfase à educação, os mórmons também apreciam esportes, passatempos, teatro, música, cursos de economia doméstica para noivas, danças e festivais de teatro. Eles possuem uma organização encarregada de cuidar dessas atividades, a Mutual, que já promoveu milhares de bailes e outras programações, com o objetivo de oferecer entretenimento para os jovens. Esses bailes sempre são iniciados com uma oração e encerrados com o cântico de um hino. A seita faz tudo o que é humanamente possível para transformar sua igreja num segundo lar para os jovens. Ao que parece o programa tem obtido muito sucesso, do que dá testemunho a ausência de delinqüência juvenil entre seus afiliados.



Organização Eclesiástica

A organização e administração geral da Igreja Mórmon é dirigida pelas "Autoridades Gerais". A mais alta autoridade é a Primeira Presidência (ocupada hoje por Ezra Taft Benson – ex-Ministro da Agricultura EUA – e dois conselheiros). Eles têm a assessoria do "Quorum dos Doze Apóstolos", do "Primeiro Quorum dos Setenta" e sua presidência, do Bispado Presidente e do Patriarca da igreja.

Toda a autoridade entre os mórmons acha-se atribuída ao sacerdócio, do qual existem dois tipos: "aarônico" (ou menor) e de "Melquisedeque" (ou superior); quase todos os membros do sexo masculino acima de doze anos pertencem a uma dessas ordens. Administrativamente a igreja é dividida em territórios que consistem de "alas" e "estacas". A ala consiste de um grupo de 500 a 1000 membros. Cada ala é presidida por um bispo e dois conselheiros. A estaca é formada pelo agrupamento de diversas alas, sendo supervisionada por um presidente de estaca e dois conselheiros, auxiliados por doze sumo sacerdotes, que constituem o alto concílio da estaca.

Os mórmons estão sempre demonstrando grande zelo em sua atividade missionária. Seus missionários são muito bem treinados, e conhecem seus dogmas a fundo, sabendo citar a Bíblia profusamente. Assim sendo, esses hábeis discípulos de Joseph Smith e Brigham Young infelizmente calam muitos crentes pelas citações que fazem, pois exibem um pseudo-domínio das Escrituras, perante o crente, deixando-o confuso e admirado.

Em média os membros da seita caracterizam-se por uma vida moral muito boa. De modo geral, são pessoas agradáveis, quase sempre hospitaleiras, extremamente dedicadas à família e aos ensinos da igreja. Infelizmente, porém, a maioria ignora as questionáveis origens de sua religião, tanto no que diz respeito à sua história quanto à sua doutrina. Quando descobrem que a formação dela nada tem de belo e nem de cristão, mostram-se sinceramente chocadas. Essa faceta pouco conhecida do Mormonismo é "um lado da moeda" que inúmeros dos seus historiadores procuram esconder dos membros, numa tentativa de omitir certos fatos negativos que podem ser facilmente comprovados. São esses fatos que vamos recordar agora, com o objetivo de obter um retrato fiel da religião de Joseph Smith.



O Início da Igreja Mórmon

As sementes daquela que mais tarde seria a religião mórmon achavam-se em germinação na mente de Joseph Smith Jr., o "profeta", que em 1816 era conhecido do povo de Palmyra, Nova Iorque, simplesmente como Joe Smith.

Aquele que seria o futuro "profeta" dos mórmons nasceu em Sharon, Estado de Vermont, nos EUA, a 23 de Dezembro de 1805, sendo o quarto filho de Joseph Smith e Lucy Smith. Logo ao chegar ao mundo, encontrou duas circuntâncias adversas: seu pai e o ambiente em que viveria.

O velho Joseph Smith era um homem místico que passava grande parte de seu tempo a procurar imaginários tesouros escondidos (sendo obcecado em particular pelo do Capitão Kidd). Além disso, algumas vezes tentou imprimir dinheiro falso, o que, pelo menos numa ocasião, levou-o a um confronto com a polícia local. É claro que estes fatos são do conhecimento geral e qualquer mórmon bem informado sabe disso.

A mãe do futuro profeta era bem parecida com o marido nesse aspecto, um produto da época e do ambiente em que viviam. Era dada a idéias religiosas extremadas, e cria nas superstições mais triviais.

Voltemos agora ao objeto principal deste nosso estudo, Joseph Smith Jr. O Chamado do "profeta" teve início no ano de 1820, aos 14 anos de idade, quando ele alegou ter recebido uma visão maravilhosa de dois anjos, na qual eram Deus Pai e Deus Filho que se materializaram e conversaram com ele. Ele narra o acontecido com grande riqueza de detalhes em seu livro The Pearl of Great (A Pérola de Grande Valor [Joseph Smith – História 1.1-25]). Aí ele revela que os dois personagens expressaram uma opinião bem negativa da igreja cristã, e por extensão do mundo inteiro, e lhe anunciaram que era preciso proceder-se à restauração do verdadeiro Cristianismo, e que ele, Joseph Smith Jr., fora escolhido para dar início à nova dispensação.

É interessante observar que, ao que parece, Smith não deve ter ficado muito impressionado com a visão celestial, pois, pouco depois, juntamento com o pai e o irmão, reiniciou a prática de procurar tesouros. Eles pareciam determinados a encontrar o tesouro do Capitão Kidd.

Dizem as narrativas que, apesar das inúmeras tentativas, a família Smith nunca conseguiu encontrar nada. Mas deixaram nos estados de Vermont e Nova Iorque verdadeiras crateras que dão testemunhos de seu aparente "zelo sem entendimento".

Certa vez, o velho Joseph Smith, dando uma entrevista que seria depois publicada no número de maio de 1870 da Historical Magazine, disse claramente que, quando jovem o "profeta" utilizava com entusiasmo a "pedrinha mágica", fora caçador de tesouros, e mais, ele "lia a sorte", localizava objetos extraviados por meio de uma "pedrinha mágica" e alegava possuir poderes sobrenaturais para realizar tais façanhas.

A minuta de um processo judicial datada de 20 de março de 1826 – Nova Iorque Contra Joseph Smith – revela que "Smith possuía certa pedra que vez por outra consultava com a finalidade de saber onde havia tesouros enterrados... e que ele procurara o Sr. Stoal várias vezes". O tribunal considerou o réu culpado do crime de cavar terreno à procura de tesouros.

Foi em 1823, ocasião em que o anjo Moroni apareceu ao lado de sua cama, provocando nele um forte tremor, que Smith começou a falar das fabulosas "placas de ouro" que depois se tornariam o Livro de Mórmon.

De acordo com o relato que ele fez dessa extraordinária revelação, que se acha registrada no livro Pérola de Grande Valor (Joseph Smith – História 2.29-54), o anjo Moroni, filho glorificado de um homem chamado Mórmon, cujo nome dá título ao livro, apareceu ao lado de sua cama, e por três vezes apresentou ao caçador de tesouros, que afirma ter ficado estupefato, o chamado para uma missão. Smith só escreveu isso alguns anos depois, mas nem o lapso de tempo justifica o sério erro que cometeu ao relatar a proclamação feita pelo anjo. A confusão existe principalmente nas primeiras edições do livro Pérola de Grande Valor, nas quais o nome do anjo mensageiro é Moroni. Contudo, nas últimas edições com a mesma autoridade profética, Joseph Smith diz que o mensageiro divino fora Nefi, uma personagem totalmente diferente, que aparece no Livro de Mórmon. Esse desastrado truncamento do sistema de comunicações divino foi corrigido depois por escritores mórmons mais cautelosos, que vem corrigindo todos os fatos e dados históricos que não podem ser explicados. Portanto hoje nas novas edições aparece apenas o nome de Moroni como o mensageiro divino.

Enfim, Smith alega ter recebido em 1827 as placas de ouro, a partir das quais teria escrito o Livro de Mórmon. Pouco depois do histórico encontro das placas, que ele desenterrou no monte Cumorah perto da cidade de Palmyra, Smith pôs-se a "traduzir" os hieróglifos nelas escritos no idioma "egípcio reformado". Para isso, utilizou uma espécie de óculos miraculosos, chamados "Urim e Tumim", que o prestimoso Moroni teve a previsão de fornecer ao incipiente profeta.

Na época em que Joseph estava fazendo a tradução das placas (1827-29), certo professor, um mestre-escola itinerante de nome Oliver Cowdery, fez-lhe uma visita em casa do sogro. Ali, Cowdery convenientemente se "converteu" à religião do profeta, e pouco depois tornou-se um dos "escribas" que redigiram o que Joseph afirmava ser o conteúdo das placas, apesar de nunca as terem visto.

O trabalho de "tradução"e o seu zelo espiritual foi tão intenso que, a 15 de maio de 1829, os céus não puderam mais conter sua alegria. Assim, João Batista em pessoa foi enviado a toda pressa ao pequeno estado da Pensilvânia por ordem de Pedro, Tiago e João, para conferir a Joseph e Oliver o "sacerdócio aarônico". Segundo os mórmons logo depois foi conferido a Joseph Smith e Oliver Cowdery o "sacerdócio de Melquisedeque" por ministração de Pedro, Tiago e João.

Esse admirável acontecimento é narrado em Pérola de Grande Valor (Joseph Smith – História 2.68-73), após o que Oliver batizou Joseph, e este a Oliver.

Em seguida deixando o estado da Pensilvânia volta para Nova Iorque onde termina a "tradução" das placas, e publica, e registra o Livro de Mórmon, o que se deu em 1830. Então no dia 6 de Abril de 1830, o profeta, juntamente com seus irmãos Hyrum e Samuel, e ainda Oliver Cowdery e Peter Whitmer Jr., fundaram oficialmente "uma nova sociedade religiosa" que recebeu o nome de "A Igreja de Cristo" (mais tarde o nome foi mudado para a Igreja dos Santos dos Últimos Dias). E foi assim que nasceu uma das mais virulentas seitas americanas: o Mormonismo começava para valer.

Entre os anos de 1831 e 1844, o profeta alegou ter recebido mais de 135 revelações diretas de Deus, que levaram o grupo a construir Kirtland e depois a cidade mórmon de Nauvoo, em Illinois. Foi em Kirtland que Smith introduziu sua infame prática da poligamia , mais tarde confirmada por "revelação divina". Alguns mais desinformados negam isso, afirmando que ele não era polígamo. Mas para se confirmar tal fato basta consultar a famosa coleção Berriam, da biblioteca pública de Nova Iorque. Ali encontram-se inúmeros volumes de informações de primeira mão que mostram o contrário. São depoimentos de vários adeptos da seita que participaram de muitas das experiências e dão testemunhos da total imoralidade praticada por Smith e pelos líderes da Igreja Mórmon. Aos poucos, a prática foi sendo adotada por outros membros dela, até atingir todo o grupo. Foi preciso que o governo dos Estados Unidos ameaçasse confiscar todas as suas propriedades, e dizer que iria dissolver a seita, para que eles acabassem com a prática então já amplamente aceita.

À medida que os mórmons iam se desenvolvendo e prosperando em Nauvoo, Illinois, e a prática da poligamia começava a tornar-se mais conhecida do restante da comunidade mórmon e também de pessoas de fora do grupo, a desconfiança em relação ao "profeta" foi-se ampliando. Isso se configurou principalmente quando John C. Bennet, um de seus assessores, revelou a prática da poligamia em Nauvoo. Não suportando os ataques que lhes eram feitos, Smith destrói o The Nauvoo Expositor, que era uma publicação anti-mórmon. Foi ai que as autoridades do estado resolveram intervir e o prenderam juntamente com seu irmão Hyrum pela destruição do jornal. Smith aguardava o julgamento. Contudo no dia 27 de Junho de 1844, um populacho de cerca de duzentas pessoas invadiu a cadeia e brutalmente linchou Smith e seu irmão Hyrum. Dessa forma, sem o querer, o profeta recebeu a coroa de mártir da seita, e conquistou para si, entre os mórmons, a perpétua aura de "verdadeiro profeta".

Com o assassinato de Joseph Smith, a grande maioria dos mórmons aceitou a liderança de Brigham Young, que então tinha quarenta e três anos de idade. Smith deu à seita seu empurrão inicial, Brigham Young deu-lhe o impulso necessário para que ela se firmasse como uma religião de fato.

Em 1890, o presidente Wilford Woodruff aboliu oficialmente a poligamia da Igreja Mórmon, o que é um exemplo concreto de que eles sacrificaram convicções religiosas em favor de sua sobrevivência política e econômica. Hoje em dia isso tem sido assunto de muitas discussões nos círculos mórmons.



A LITERATURA MÓRMON

É volumosa a literatura mórmon. Destacaremos apenas os quatro títulos que eles consideram sagrados.

1. A Bíblia. Nos seus artigos de fé, os mórmons declaram: “Cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus, contanto que seja corretamente traduzida”. Os mórmons são fiéis a esta declaração.

Joseph Smith iniciou uma revisão da Bíblia, à que denominou Versão Inspirada. Foi impressa em 1866 pelo grupo dissidente chamado Igreja Reorganizada. Como este trabalho nunca foi concluído, os mórmons resolveram manter a Bíblia corrente – a Versão Autorizada inglesa (Versão do Rei Jaime), como sua Bíblia. Smith não era erudito em Bíblia. Usam e aplicam a Bíblia, adaptando-a ao seu modo de crer e às suas doutrinas.

2. O Livro de Mórmon. Publicado em 1830 como de autoria de Smith. Contém trechos do Antigo e do Novo Testamento, porém, adulterados. De acordo com um estudo feito, o Livro de Mórmon contém pelo menos vinte e cinco mil palavras tiradas da Bíblia, na Versão do Rei Jaime (em inglês). Aliás, existem tantas citações exatas, palavra por palavra, e algumas delas tão longas, que os mórmons estão sempre sujeitos a constrangimentos por isso. Entre os absurdos do citado livro está o relato de que Cristo ressurreto veio à América e pregou aos seus primitivos habitantes, ainda no Século I. Eles dizem que o “evangelho eterno” mencionada em Ap 14.6 é o Livro de Mórmon. A declaração de fé mórmon diz textualmente: cremos que o Livro de Mórmon é a palavra de Deus”.

3. Doutrinas e Pactos ou Doutrinas e Convênios. São 163 “revelações” recebidas por Smith, como sendo “palavra do Senhor”. É nesse livro que está a falsa doutrina do batismo pelos mortos, e, a do casamento celestial. Neste livro está dito que Deus tem um corpo de carne e osso como o do homem.

4. A Pérola de Grande Preço. Compõe-se do Livro de Moisés e Livro de Abraão. Contém os artigos de fé do Mormonismo. Neste livro Deus é apresentado como um deus dentre vários. Noutras palavras: politeísmo entre os mórmons.



AS DOUTRINAS MÓRMONS ANTE A BÍBLIA

Nos ocuparemos de apenas algumas doutrinas, e ao mesmo tempo a sua refutação bíblica.

A fonte do nosso conhecimento de Deus e de toda doutrina cristã vem de Deus mesmo, através da Bíblia. Portanto, qualquer mensagem que se diz proceder de Deus tem que passar pelo crivo da Bíblia, consoante as palavras de Cristo em Lc 24.27, quando Ele autenticou todo o AT. Quanto ao Novo Testamento, sua autenticação divina está em Ap 22.18,19.



1. A Doutrina de Deus. Os mórmons crêem que Deus já foi um homem como nós somos hoje, e que tem um corpo tangível de carne e ossos como o nosso. Além disso, afirmam a existência de outros deuses. Para os mórmons, todo deus foi há algum tempo um homem sobre a terra ou sobre outro planeta habitado. Todos os deuses são polígamos e geram filhos como espíritos, os quais estão aguardando corpos para virem para a terra. 

A seguir algumas citações tiradas de fontes reconhecidamente mórmons:



""No principio, o cabeça dos Deuses convocou um conselho dos Deuses; e estes se reuniram e engendraram (prepararam) um plano para criar o mundo e povoá-lo". (Ensinamentos do profeta Joseph Smith, p. 341).

"O próprio Deus já foi como somos agora – ele é um homem exaltado..." (Ensinamentos do profeta Joseph Smith, p. 336).

"O Pai possui um corpo de carne e ossos tão tangível como o do homem; o Filho também; mas o Espírito Santo não possui um corpo de carne e ossos; mas é um pernagem de Espírito..." (Doutrina e Convênios 130.22.).

"Como o homem é, Deus foi; Como Deus é, o homem poderá vir a ser" (Profeta Lorenzo Snow, citado por James E. Tamage, em Regras de Fé, p. 389).

"Lembremos que Deus, nosso Pai celeste, talvez tenha sido uma criança um dia, e mortal como nós. Mas foi subindo passo a passo na escala da progressão, na escola do desenvolvimento; ele seguiu adiante e venceu, até atingir o ponto em que se encontra agora" (Apóstolo Orson Hyde, Journal of Discourses, vol. 1, p. 123 – Jornal de Discursos).

"Quando nosso pai Adão veio para o jardim do Éden, veio com um corpo celestial, e trouxe consigo a Eva, uma de suas esposas. Ele ajudou a criar e organizar este mundo. Ele é Miguel, o arcanjo, o Ancião de Dias, acerca do qual homens santos têm falado e escrito. Ele é nosso Pai e nosso Deus, o único Deus com quem temos de tratar" (Brigham Young, em Jornal de Discursos, vol. 1, p. 50. Este ensino é hoje negado pelos mórmons, contudo ele continua enraizado nas suas doutrinas)".



A Igreja Reorganizada discorda dos ensinos politeístas e da prática da poligamia. A doutrina mórmon de que o Pai é um homem comum é a raiz de seu politeísmo, e os leva a negar não apenas a Trindade divina revelada nas Escrituras, mas também a natureza imaterial de Deus, que é puramente Espírito.

. Deus é um ser da esfera espiritual (Jo 4.24); é uno em essência e triúno em manifestação e operação (Mt 3.16,17; 1 Jo 5.7 ARC; Gn 1.1; Jo 15.26); não é humano (Jó 9.32).

. Dizer que Deus e Adão são a mesma pessoa é outro engodo do Diabo. Deus e Adão são pessoas distintas: Deus é o criador e Adão o ser criado. Outro aspecto é que Deus é imutável (Ml 3:6) e eterno (Sl 102:26, 27), contrariamente ao que afirmam os mórmons que ele era homem e que progrediu.



2. A Doutrina de Jesus Cristo. Os mórmons ensinam que Jesus foi um espírito preexistente; o primeiro ser que Deus criou. Noutras palavras: Jesus não é o filho unigênito de Deus, e que não foi gerado pelo Espírito Santo (Mt 1.20). dizem mais que Jesus é o irmão mais velho da raça humana. Tomam por base Cl 1.15 o primogênito de toda criação”. Conclusão (deles): Jesus não é Deus.

Vejamos o que diz Brigham Young acerca da doutrina do nascimento virginal de Jesus:



"Quando a virgem Maria concebeu o menino Jesus, o Pai o havia gerado à sua semelhança. Ele não foi gerado pelo Espírito Santo. E quem era o Pai? Ele é o primeiro ser da família humana, e quando assumiu um tabernáculo (corpo), este foi gerado por seu Pai no céu, da mesma forma que os tabernáculos de Caim, Abel e dos outros filhos e filhas de Adão e Eva. Dos frutos da terra, os primeiros tabernáculos terrenos foram criados pelo Pai, e assim por diante, sucessivamente... Jesus, nosso irmão mais velho, foi gerado na carne pelo mesmo indivíduo que se achava no jardim do Éden e que é nosso Pai celestial". (Jornal de Discursos, vol. 1, pp. 50, 51).



Estamos vendo, portanto, que o ensinamento da seita com relação ao nascimento do Senhor Jesus é uma abominável distorção da revelação bíblica, criada para harmonizar-se com o dogma deles sobre o deus de carne e osso. Para os mórmons, como declara uma de suas maiores autoridades, nosso salvador foi gerado, não por ato direto do Espírito Santo, mas por uma relação sexual entre um "Pai imortal ou ressurreto e glorificado" e Maria – uma idéia blasfema que pode ser comparada às terríveis concepções da mitologia grega, em que os deuses geravam filhos humanos por meio de relações físicas com algumas mulheres escolhidas.

Contudo a liderança da Igreja Mórmon, embora aceite a doutrina exatamente como Young a enunciou, é muito cautelosa ao ensina-la a um "gentio" ou mesmo a um novato.

Não há duvida, portanto, de que a Igreja Mórmon hoje acha-se em apuros com seu odioso ensino sobre a concepção de Jesus. Alguns mórmons repudiam violentamente esse ensino, afirmando que Brigham Young nunca pregou tal coisa. Mas quando lhes mostramos os textos do Jornal de Discursos do profeta, bem como citações de publicações da seita nos anos de 1854 a 1878, são obrigados a confessar que, sob a liderança de Young, a igreja ensinava isso. Então, temerosos de ter de comparecer perante um "tribunal" da igreja acusados de não reconhecerem a autoridade profética de Young, eles o admitem com certa relutância, ou então silenciam.

. Ver a deidade de Jesus em Jo 1.1; Hb 1.8,9; Rm 9.5; Is 9.6; Tt 2.13; Cl 2.9. Quanto a Jesus ser chamado primogênito, este termo na Bíblia aplicado a Cristo significa também, a) Ser preeminente em tudo, Sl 89.27; Êx 4.22; Ap 1.5. b) Ser herdeiro de tudo, Hb 1.2. c) ter direito sobre tudo, Ap 5.9. Jesus é o unigênito Filho de Deus num sentido único (Jo 1.14; Is 9.6).

. Jesus Cristo é a imagem do Deus invisível; tudo foi criado por meio dEle e para Ele; Ele é antes de todas as coisas e nele tudo subsiste; Jesus foi, sim, gerado pelo Espírito Santo que atuou em Maria (Mt 1:18; Lc 1:31-35); é nosso Senhor e Deus (Jo 20:28) e nada há na Bíblia que dê alguma margem para se concluir que Jesus fora casado ou tivera filhos.



3. O Espírito Santo. Os mórmons acreditam que o Pai tem carne e ossos como o Filho, mas para eles o Espírito Santo não tem corpo de carne e ossos; é personagem de espírito. Os mórmons se referem ao Espírito Santo, em inglês, com o pronome neutro it, ou seja, como sendo uma coisa e não uma pessoa. O raciocínio deles é o seguinte: Como pode uma pessoa da divindade ser puramente espírito e ainda ser uma pessoa já que Deus Pai e Jesus Cristo são personagens de carne e ossos? Obviamente, um erro levou a outro: Deus é espírito e não possui carne e ossos, como os mórmons dizem. Assim, o raciocínio deles peca desde o seu início! Outra aberração foi dita por um sacerdote mórmon, o qual comentou que o próprio Satanás faz uso do Espírito Santo, usando o poder dessa "coisa" de modo perverso.

. A Bíblia faz referência ao Espírito Santo na terceira pessoa, no gênero masculino (Jo 15:26; 16:7). Ananias mentiu ao Espírito Santo (At 5:3, 4); não se pode mentir a uma coisa, mas somente a uma pessoa. O Espírito Santo deu ordem para o envio de Barnabé e Saulo (At 13:2). Uma coisa não pode dar ordens, só uma pessoa. O apóstolo Paulo diz que não devemos entristecer o Espírito Santo de Deus (Ef 4:30). Ora, não se pode entristecer uma coisa, mas somente uma pessoa. Portanto, o Espírito Santo é uma pessoa, e uma das três pessoas da Trindade Santíssima.



4. Os anjos. O Mormonismo ensina que os anjos são homens aperfeiçoados após a morte. Citam Hb 12.23. Ver 1 Co 4.9; Mt 13.41; 24.31.

Para os mórmons os anjos não são seres superiores aos homens. Crêem que os homens que não se casam dentro do mormonismo e seus rituais, serão anjos no futuro; os que se casam dentro do mormonismo chegarão ao nível da divindade.

Joseph Smith afirmou que há duas espécies de seres no céu: os anjos (homens que não se casaram e não se tornaram deuses), que são personagens ressurrectos, tendo corpos de carne e ossos, e os espíritos dos justos aperfeiçoados (o homens que se casaram e se tornaram deuses).

. Segundo a Bíblia os anjos são superiores aos homens (Sl 8.4,5; 1 Co 4:9; 2 Pe 2.11). Foram criados por Deus antes do homem (Jo 38.7); Cl 1.16). Eles ministram à Igreja, constituída de homens e mulheres (Hb 1.14).



5. O batismo com água. O ensino mórmon é que não há salvação sem batismo com água por imersão, contanto que seja administrado por um sacerdote mórmon. Afirmam que pelo batismo os pecados são perdoados e no momento do mesmo, o Espírito Santo é concedido aos batizados. As crianças são batizadas aos 8 anos, com a imposição das mãos. Citam At 22.16, fazendo dos dois sentidos desta passagem um só. Citam também Ef 5.26 e 1 Pe 3.21, mas sempre isoladamente, para que possam torcer o sentido da mensagem.

A remissão dos pecados não vem pelo batismo, mas pelo sangue de Jesus (Mt 26.28; At 10.43). Quanto a At 22.16 “batiza-te e lava os teus pecados”, fala de duas distintas experiências espirituais que é realizado pelo homem, e a remoção dos pecados que é realizada por Deus, mas tanto nos demais textos correlatos, como na experiência prática do cristão. Ver também Mt 16.16; Mt 28.19 ARA; At 2.38, 41; 8.36-38; 16.31-33; 18.8.



6. O casamento e a Poligamia. Com relação a doutrina do casamento Amilto Justus diz o seguinte:



"Para os mórmons o casamento civil só é válido neste mundo, sendo necessário casar-se diante das autoridades mórmons para ser válido no além-túmulo".



Isto significa que alguém casado no religioso, se convertendo a religião dos mórmons tem que se casar (ou receber a benção matrimonial) novamente diante as autoridades mórmons.Segundo a falsa doutrina mórmon, o casamento admite a pluralidade de esposas, e a continuação da vida conjugal no céu, contanto que o casamento seja realizado num templo mórmon e por um mórmon. E pelo fato de crêem que a alma preexiste desde a eternidade, todo mórmon deve, se puder, gerar filhos para essas almas sem corpos. Quantos mais filhos um homem gerar mais almas podem fazer parte do reino de Deus.

Segundo eles, Joseph Smith recebeu uma revelação em 12 de Julho de 1843 autorizando a poligamia, estando tal revelação no livro Doutrinas e Pactos. A poligamia tornou-se um elemento tão fundamental para a seita, que o matrimônio polígamo foi transferido da vida na terra para a vida futura no céu. Quando no porvir, o salvo mórmon for um rei em num novo mundo, suas esposas serão entronizadas como rainhas a seu lado. Assim, afirmam que a mulher não pode salvar-se sem o homem e, então, é melhor ser uma esposa pluralista do que não ser esposa. Na eternidade, as mulheres casadas com mórmons serão as senhoras e as não casadas serão as servas.

Para os mórmons, todo deus foi há algum tempo um homem sobre a terra ou sobre outro planeta habitado. Todos os deuses são polígamos e geram filhos como espíritos, os quais estão aguardando corpos para virem para a terra. Por isso pregam o "matrimônio celestial": Joseph Smith casava as pessoas com uma relação matrimonial que vai continuar por toda a eternidade, após a ressurreição. Segundo a seita os mórmons serão deuses polígamos na eternidade. Para os mórmons, o segundo casamento do homem não significa adultério, caso a primeira esposa venha a concordar com isso. O próprio Jesus, segundo eles, foi um polígamo, pois teria casado com Maria Madalena, Marta e Maria, irmãs de Lázaro. Ainda afirmam que Jesus é filho de uma relação sexual entre Elohim e Maria.

. Jesus ensina o casamento monogâmico em Mateus 19:5-9; o autor das Pastorais nos mostra que os líderes da Igreja devem ser monogâmicos (1 Tm 3:2); Paulo nos exorta que o cristão deve ser marido de uma só mulher (Ef 5:24-33; Rm 7:2, 3; 1 Co 7:39). Além disso, Jesus afirma que na eternidade não existe casamento (Mt 22:29-30; Lc 20:35).



7. O sacerdócio. Na doutrina mórmon, as ordens de Melquisedeque e de Arão são um só sacerdócio, "e não têm princípio de dias nem fim de anos" (Doutrina e Convênios 84.17). E é somente pela autoridade desse sacerdócio, afirmam eles, que falam e atuam em nome do Senhor, para a salvação da humanidade. O sacerdócio de Melquisedeque detém o direito da Presidência e possui o poder sobre todos os ofícios da Igreja, em todas as eras do mundo, para administração em coisas espirituais. O sacerdócio Araônico inclui diáconos, professores e sacerdotes. Joseph Smith e Cowdery afirmam que o sacerdócio de Melquisedeque lhes foram conferidos diretamente por Pedro, Tiago e João. A base deles está em Hebreus 5:4 e por isso rejeitam as outras igrejas.

. Hebreus 5:4 está falando a respeito da lei do sacerdócio que foi dada a Arão e sua casa. Este foi chamado diretamente por Deus e ninguém poderia se tornar sacerdote se não fosse da linhagem de Arão. O texto se refere a lei do Antigo Testamento conforme Êxodo 28:1-30:10. Este texte é citado pelo autor de Hebreus para mostrar que assim como Arão foi chamado por Deus, Jesus também o foi conforme nos mostram os versos seguintes:



"5 Assim também Cristo a si mesmo não se glorificou para se tornar sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei; 6 como em outro lugar também diz: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque."

"10 tendo sido nomeado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque".



. Segundo a Palavra de Deus o sacerdócio de Melquisedeque não é o mesmo de Arão. A argumentação do capitulo 7 de Hebreus, como se pode ver fazendo uma exegese cuidadosa desse texto, é que Jesus Cristo, que é "sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque" (v.17), por causa de seu sacrifício na cruz, mudou o sacerdócio de Arão (v.12), substituindo-o pelo seu próprio sacerdócio da ordem de Melquisedeque. Diferentemente daquilo que é pregado pelos mórmons o sacerdócio do Senhor Jesus Cristo não tem de ser passado de pai para filho para se perpetuar, pois Cristo vive para sempre. Observemos particularmente o v. 24 de Hebreus capítulo 7 que, no original grego, abala totalmente o ensino mórmon. No grego, o verso 24 diz literalmente o seguinte: "Este, porque continua para sempre, tem o seu sacerdócio intransferível". O termo grego aparabatos, que literalmente significa "intransferível", tem a conotação de algo definitivo. Então, pela inspiração do Espírito Santo, o autor de Hebreus afirma que o sacerdócio de Melquisedeque pertence apenas a Jesus Cristo, não apenas pelo fato de ele ser Deus e ter em si a imperecibilidade, mas também porque é intransferível. Esse sacerdócio acabou com a ordem levítica, consumou o sacerdócio aarônico, pertence apenas ao Filho de Deus e, pela vontade do Pai não pode ser transferido a outrem.

"Na Igreja Cristã há milhões de sacerdotes a mais que na organização dos Santos dos Últimos Dias, já que todos os crentes são sacerdotes. O sacerdócio do crente é universal. Isso quer dizer que todo crente pode dirigir-se a Deus em oração, por direito próprio, conquistado por Cristo na cruz e pode falar do Senhor ao seu próximo. Ele não precisa da mediação de outro sacerdote para a realização dos atos de fé cristã..." O sacerdócio cristão não tem nada a ver com ofícios especiais. O cristão não precisa de templos, nem de cultos secretos, ritos e mistérios. O sacerdócio cristão não é aarônico nem de Melquisedeque, é o sacerdócio real conforme descreve o apóstolo Pedro (1 Pe 2:9-10), este corpo sacerdotal é constituído de todos os consagrados "embaixadores de Cristo", isto é, de todos que receberam a Jesus Cristo como seu único Senhor e Salvador, de todos que reconhecem Jesus como o Sumo Sacerdote.



8. A salvação da alma. O Mormonismo crê numa salvação geral para todos. Noutras palavras não existe o que a Bíblia chama de inferno e condenação eterna. Além disso, não há salvação fora da Igreja mórmon, alegam eles. Sua declaração de fé afirma que a salvação é pelo arrependimento, batismo, fé, e boas obras.

A salvação, para os mórmons, nada mais é do que a preparação, por meio de progresso pessoal na vida presente, para uma vida física expandida na vida futura e que não leva consigo os distúrbios da presente.

A vida futura dos mórmons é semelhante ao paraíso de prazeres dos mulçumanos e nada tem a ver com o céu cristão.

Os mórmons não aceitam a doutrina bíblica de que a expiação efetuada por Cristo é suficiente, como diz o apóstolo João: "O sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (1 Jo 1:7).

O Cristo dos mórmons não pode salvar ninguém, pois, como diz o apóstolo Paulo, é "outro Jesus", tema de um "evangelho diferente", e que dá origem a um "espírito diferente", cujo precursor (o mensageiro angélico, Moroni) foi previsto pelo apostolo (Gl 1:8, 9). E juntamente com toda essa revelação ele deve ser considerado "anátema", ou literalmente "amaldiçoado" por Deus.

Brigham Young, uma autoridade da seita mórmon sob qualquer ponto de vista, rejeitou a doutrina cristã da salvação, segundo a qual, qualquer pessoa, a qualquer momento, mesmo na undécima hora, pode arrepender-se de seus pecados e receber o perdão e a vida eterna. Ele diz que isso é um absurdo e que tal individuo nunca verá o céu. Brigham Young se esqueceu ou simplesmente ignorou o texto do ladrão da cruz (Lc 23:42-43). Outro texto ignorado por Brigham Young foi à parábola dos trabalhadores na vinha (Mt 20:1-16), onde Cristo ensina que Deus concorda em dar a todos os que o servirem a mesma herança, isto é, a vida eterna. É provável que ele fosse um dos que "murmuravam contra o dono da casa, dizendo: Estes últimos trabalharam apenas uma hora, contudo os igualaste a nós que suportamos a fadiga e o calor do dia" (vv. 11, 12). Portanto quem busca em Cristo a salvação recebe-a, seja na primeira ou na undécima hora.

Segundo os mórmons, os deuses que criaram esta terra dispuseram que Adão, que iria tornar-se o governante dela, e sua esposa, Eva, estivessem destinados a pecar para que a raça humana que hoje a povoa pudesse ser gerada e eventualmente chegasse a alcançar a divindade. Então, a "queda" do homem, no Éden, foi na verdade o meio "pelo qual Adão e Eva se tornaram mortais e puderam gerar filhos mortais" (A Rational Theology – Uma Teologia Racional, de J. Widstoe, Deseret Publishing Company, p. 47).

Como os mórmons crêem na pré-existência da alma, crêem também que essas almas têm de assumir a forma humana já que é necessário que lhes seja dado um corpo para terem poder e alegria. Essa idéia foi uma das primeiras explicações que deram para justificar a poligamia, que acelerava a geração de corpos para as almas filhas da galáxia de deuses inventada por Joseph Smith. Lendo atentamente o Livro de Abraão, verificamos que os deuses deliberaram que a vida neste planeta teria por objetivo disciplinar seus filhos espirituais e ao mesmo tempo dar-lhes oportunidade de se reproduzirem e eventualmente chegar à condição de deuses e possuir seu reino pessoal e individual.

Segundo a revelação mórmon, o local onde esses planos foram concebidos foi uma grande estrela, de nome Kolob. E os estudiosos do Mormonismo não se surpreendem ao descobrir que Lúcifer, que era um espírito irmão de Jesus antes da sua encarnação, caiu do céu por causa da inveja. Cristo fora indicado pelos deuses para ser o redentor da raça humana que iria cair, em decorrência do pecado de Adão, e Lúcifer aspirava essa posição. Daí seu antagonismo para com Jesus Cristo. E sobre isso existe até um texto em que Lúcifer diz:



"Eis-me aqui, manda-me e serei Teu filho e redimirei a humanidade toda, de modo que nem uma só alma se perderá, e sem duvida, o farei; portanto, dá-me a Tua honra" (Livro de Moisés, capitulo 4, que se encontra em Pérola de Grande Valor, onde estão registrados todos esses eventos, inclusive a queda de Satanás e a fundação do Jardim do Éden (cap. 6), que, pelo que Joseph Smith afirma em outro lugar, estava localizado em Missouri, Estados Unidos, e não na Mesopotâmia!).



No Livro de Moisés acha-se registrado também que Caim, o primeiro assassino, foi o genitor da raça negra. Diz lá que ele se tornou negro em conseqüência da maldição divina. Com base nessa tese, durante muitos anos os mórmons evitaram criar trabalhos missionários entre povos dessa raça. Eles crêem que as almas pré-existentes que não se mostraram muitos valentes na luta entre Cristo e Satanás, que foi travada no céu, foram punidas, recebendo um corpo negro em sua vida mortal. Até 1978, não se podia conceder aos negros as "bênçãos" e "privilégios" do sacerdócio. Mas depois houve uma revelação de conveniência, segundo a qual eles poderiam ter pleno acesso a essas glórias.

Quanto aos índios, que segundo o Livro de Mórmon são descendentes dos ímpios lamanitas, ensinam os mórmons que eles tem a pele morena como castigo de seu deus pelos erros de seus antepassados. Portanto, está bem claro que o Mormonismo possui uma vergonhosa história, com doutrinas e práticas que pregam a supremacia da raça branca.

Nem Jesus, nem sua obra redentora consumada são mencionados.

. Ver o que diz a Palavra de Deus em At 4.12; Ef 1.7; 1 Pe 1.18,19; Jo 3.36; 14.6.

. A salvação recebe-se como um Dom gratuito de Deus. Nada o homem pode executar para merecê-la. Os judeus julgando que poderiam obter a salvação mediante alguma tarefa, esforço ou produto humano, perguntaram a Jesus: - Que faremos para executarmos as obras de Deus? Jesus respondeu-lhes: - A obra de Deus é esta: Que creias naquele que Ele enviou (Jo 6.28,29). Crer não é fazer para merecer. É confiar e aceitar, e seguir a Jesus. É a fé em ação.



9. Batismo pelos mortos. Eles tomam 1 Co 15.29 para afirmar que quem morre sem salvação terá um Segunda oportunidade, mediante o batismo pelos mortos. Isto é, alguém se batiza para salvar um morto. Ora, a duas interpretações para este texto:

a) o que Paulo fez foi mostrar a insensatez de alguns de Corinto, que seguindo a falsos mestres, batizavam os vivos para salvar os mortos, e ao mesmo tempo não criam na ressurreição. Paulo não estava tratando nem do batismo, nem da salvação, mas da ressurreição, e lhes disse: Se vocês não crêem na ressurreição dos mortos, porque batizam os vivos para salvar os mortos? Paulo não está sancionando a doutrina deles, mas apenas mostrando a incoerência deles.

b) O apóstolo Paulo está dizendo a eles que se não houvesse ressurreição (1 Co 15:16, 32), porque continuavam batizando em nome de Jesus? Porque continuavam a crer nos profetas? De forma que a expressão "se batizavam por causa dos mortos" não significava se batizar em lugar de um morto, e, sim, se batizavam por causa das palavras (do testemunho) deixadas pelos profetas e por Jesus. Em que não havendo ressurreição estariam mortos. Esta com certeza é a melhor explicação para este texto. Caso contrario devemos nos perguntar por que Paulo não corrigiu um erro tão grave como este?

. Depois da morte não há mudança no estado espiritual da pessoa (Hb 9.27; Lc 16.26; 2 Sm 12.26; Jó 10.21; Ec 9.5,6).



10. Pecado. A doutrina mórmon sobre o pecado é fraquíssima, desprezível e anti-bíblica. Em seus livros de doutrinas, os mórmons ensinam que:



1. "O pecado é uma realidade que contribui para impedir ou retardar o desenvolvimento da alma humana" (James Talmage).

2. "O pecado não separa o homem da comunhão com Deus, mas significa somente, um retardamento na evolução e aperfeiçoamento espiritual. O pecado retira o homem da "primeira linha" deixando-o na "retaguarda"".

3. "O homem não é responsável pelo pecado de Adão, ou em outras palavras, o homem não herdou natureza pecaminosa em decorrência do pecado de Adão, é responsável somente pelos erros os quais poderão ser lavados no batismo".



É por isso que dizemos que a doutrina mórmon sobre o pecado é fraquíssima, desprezível e anti-bíblica, pois olhando o ensinamento divino encontramos coisas bem diferentes.

. O pecado não retarda o aperfeiçoamento espiritual da alma, ele a leva à morte (Rm 5:17; 6:23; Tg 1:15).

. O pecado não apenas tira o homem da "linha de frente" e o coloca na "retaguarda", ele separa-o definitivamente de Deus (Is 59:2; Ex 32:33; Mt 5:23).

. O homem tem que reconhecer e confessar a Deus que não apenas comete o pecado, mas que é possuidor de uma natureza totalmente corrompida, depravada e abominável aos olhos puros do Senhor. Veja o que diz Davi e o apóstolo Paulo:



"Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe" (Sl 51:5).

"Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem" (Rm 7:18).



Quando o homem não reconhece o seu estado pecaminoso diante de Deus, jamais se arrependerá de seus pecados, nem procurará ao Senhor para confessa-los, não podendo, portanto, alcançar o perdão dos mesmos através do sangue purificador de Jesus Cristo. Agindo assim está o homem destinado à condenação porque o salário do pecado é a morte, ou seja, a perdição eterna. Esta é a situação dos mórmons, e é por isso que ensinam a doutrina da salvação pelas obras, méritos humanos, e obediência aos rituais de sua igreja.





Bibliografia:

MARTIN, Walter. O Império Das Seitas. Belo Horizonte: Editora Betânia S/C, 1992 Vol. 2.

MARTINS, Jaziel Guerreiro. Seitas Heresias Do Nosso Tempo. Curitiba: A. D. Santos Editora, 1998 Vol. 1.

JUSTUS, Amilto. Vinte Razões Porque Não Sou Mórmon. Curitiba: Amilto Justus Editor, 10o Edição.

 
 
Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira